O empate mantém o Cruzeiro na liderança da chave por mais uma rodada, com oito pontos. O Caracas, com sete, pode ser ultrapassado no dia 25 pelo San Lorenzo, que receberá o modesto Real Potosí em Buenos Aires.
Mesmo sem contar com dez dos 25 inscritos na Libertadores, Adílson Batista conseguiu montar uma estratégia para buscar ao menos um ponto. Os 11 titulares encerraram a partida, quando havia apenas quatro opções no banco.
O Cruzeiro volta a jogar pela Libertadores no dia 3 de abril, contra o San Lorenzo, em Ipatinga. O Caracas enfrentará o Real Potosí na altitude no dia.
Jogo O Caracas teve uma postura inteligente no primeiro tempo e mereceu a vitória parcial por 1 a 0. O time da casa marcou o Cruzeiro desde a saída de bola, dificultou muito a troca de passes dos mineiros e com isso matou o setor criativo, composto por Wagner e Ramires. Comandado por Vargas, pela direita, e Cominges, pela esquerda, o Caracas explorou muito as laterais do campo e variou suas jogadas ofensivas. O gol saiu aos 29 minutos e foi marcado por Valencia de cabeça após cobrança de falta.
O Cruzeiro teve em Apodí, pela direita, a sua única válvula de escape. O rápido lateral foi acionado em ao menos cinco contra-ataques e chegou com perigo em duas ocasiões. Por três vezes ele foi parado com faltas pelos venezuelanos quando arrancava em direção à área do goleiro Rosales. Do lado esquerdo, Jonathan limitou-se a marcar, até porque tinha Vargas como oponente.
Com a forte marcação imposta pelo Caracas na saída de bola, o Cruzeiro errou muitos passes no campo de defesa e viveu o dilema de não conseguir criar. Wagner e Ramires foram neutralizados pelos volantes do rival. Sem receber bolas, Marcinho foi obrigado a recuar e deixou Marcelo Moreno isolado no comando do ataque.
No balanço do primeiro tempo, o Caracas chegou com perigo em sete ocasiões na área de Fábio. O Cruzeiro assustou quatro vezes: dois cruzamentos e dois chutes disparados por Wagner e Marcinho.
Fábio foi a melhor figura do Cruzeiro. Aos dez minutos, com duas defesas seguidas, à queima-roupa, ele impediu a abertura do placar. O gol do Caracas ocorreu aos 29 minutos, quando Cominges cobrou falta da esquerda, Valencia subiu nas costas de Thiago Martinelli, na pequena área, e testou para as redes: 1 a 0.
O Cruzeiro teve suas melhores chances aos 10, quando Apodí cruzou da direita e Moreno desviou de calcanhar, sobre a zaga; aos 17, em arremate de Wagner após o rebote da defesa; e aos 44, em chute de Marcinho da intermediária. A bola passou à direita.
Segundo tempo O Cruzeiro mudou totalmente o seu posicionamento na volta ao campo, cresceu de produção e passou a dominar as ações. A primeira oportunidade de marcar ocorreu aos dois minutos. Ramires cruzou da direita, Moreno ajeitou de cabeça e Wagner concluiu mal, à esquerda de Rosales. Aos três, o lateral Apodí cruzou da linha de fundo e Vizcarrondo fez o corte de cabeça antes da conclusão do atacante Marcelo Moreno na pequena área. Aos sete, Rosales salvou o Caracas ao defender cabeceio de Thiago Martinelli no ângulo direito depois de falta batida por Marcinho.
O gol de empate nasceu de um pênalti. Lucena desviou cruzamento na grande área com o braço direito e foi flagrado pelo árbitro Óscar Ruiz. Marcelo Moreno cobrou no canto direito e converteu: 1 a 1.
Na tentativa de voltar a comandar o jogo, o Caracas foi modificado por Noel Sanvicente aos 25 minutos: o velocista Rentería ganhou o lugar de Bastianini. A alteração surtiu efeito, tanto que o time venezuelano começou a marcar mais presença no campo de ataque. Aos 31, Vargas perdeu grande chance de recolocar o Caracas na frente. Ele pegou rebote da zaga e bateu mal sobre o travessão. A esta altura, Campos também havia entrado no lugar de Cominges.
O Cruzeiro deu o troco só aos 33. Wagner puxou contra-ataque, fez a opção pelo cruzamento e Moreno desviou à linha de fundo. Ramires reclamou muito do companheiro, pois estava livre na área.
Aos 35, o Caracas teve uma falta perigosa a seu favor, cometida por Martinelli sobre Rentería. Na batida, a bola foi desviada. Na seqüência, Noel Sanvicente trocou Jiménez por Casanova.
Os minutos finais foram de muita pressão na área cruzeirense. Com três atacantes e dois meias, o Caracas invadiu o campo de ataque e lançou bolas na área todo o tempo.
A pressão só foi amenizada aos 41, quando Viscarrondo foi expulso após solar a barriga de Ramires em um contra-ataque. Na cobrança de falta, Marcinho mandou à direita do gol de Rosales.