A China afirmou nesta sexta-feira que o pedido de um representante do Dalai Lama de cancelamento da passagem da tocha olímpica pelo Tibete demonstra a intenção da "camarilha" do líder espiritual tibetano de "sabotar" as Olimpíadas.
"A chama olímpica é o maior símbolo do espírito olímpico. Representa a paz, a amizade e o progresso", declarou Zhu Jing, porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 (Bocog).
"O fato da 'camarilha do Dalai' pedir a anulação da passagem mostra a vontade de sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim", afirmou.
Um enviado do Dalai Lama, Lodi Gyari, pediu na quinta-feira à China a retirada da escala da tocha olímpica pelo Tibete, por ser um projeto "provocativo" após a repressão das manifestações antichinesas de março em Lhassa, capital tibetana.
"A passagem da tocha olímpica pelo Tibete constituiria uma iniciativa intencionalmente provocativa e ofensiva", disse Lodi Gyari no Congresso americano.
A tocha deve passar pelo Tibete em maio e junho.
As manifestações de 10 de março em Lhassa, por ocasião do aniversário de 49 anos de uma revolta contra a ocupação chinesa, resultaram em confrontos, que se propagaram a outras províncias chinesas com tibetanos.
Segundo as autoridades de Pequim, os distúrbios deixaram saldo de 18 civis e dois policiais. Os tibetanos no exílio falam de entre 135 e 140 mortos tibetanos por causa da repressão chinesa, além de 1.000 feridos e várias pessoas presas.