O técnico Adílson Batista tem conseguido resgatar a tradição da escola cruzeirense de times que primam pelo toque de bola e pela chegada rápida ao gol adversário. Um levantamento feito pelo Portal Uai mostra que a maioria dos gols do elenco atual nascem de jogadas trabalhadas, com troca de passes, velocidade e finalização com os pés. Guardadas as devidas proporções, essa era a principal característica do Cruzeiro dos anos 60, que ganhou a frase: “Rápido e rasteiro, como o ataque do Cruzeiro”(Foto).
Contra o Ituiutaba, os três gols da vitória de virada por 3 a 1 foram marcados por meio de chutes, após jogadas que envolveram passes e velocidade.
Gol contra
Dos 29 gols do Cruzeiro no Mineiro, 19 foram convertidos com os pés a partir de tabelas, passes de média e longa distância. Alguns dos lances são sistematicamente treinados no dia-a-dia. Esses gols representam 65,51% do total. No ano, incluindo também os jogos da Copa Libertadores, as mesmas jogadas resultaram em 31 gols, 67,39% do total.
No Estadual, o Cruzeiro fez apenas cinco gols de cabeça. Wagner foi o único baixinho a marcar dessa forma. Os outros foram Thiago Heleno (2), Marcelo Moreno e Thiago Gosling, todos acima de 1,85m de altura. A baixa estatura dos jogadores de frente, com exceção do boliviano e de Marcel, que é reserva, talvez explique a supremacia dos gols com os pés nessa temporada. Os de cabeça representam 17,24% dos gols do Campeonato Mineiro. Na Libertadores, o Cruzeiro marcou mais dois gols de cabeça.
Os sete gols de cabeça representam 15,21% do total em 2008.
Chama atenção este ano a ausência de gols de falta. Na pré-temporada, alguns jogadores chegaram a prometer mais dedicação a esse fundamento, como Marcinho e Wagner, mas o tabu persiste. No ano passado, Wagner fez o único gol de falta do Cruzeiro em jogo contra o Vasco, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro.
De qualquer forma, o Cruzeiro já marcou sete gols de pênalti este ano, quatro de Marcelo Moreno, dois de Marcel e um de Marcinho. Eles representam 15,21% do total (46). Dos sete gols convertidos em penalidades, quatro ocorreram no Mineiro: 13,79% dos 29.
O técnico Adílson Batista comentou recentemente que não se importa com o baixo índice dos gols em “bola parada”. Sua prioridade são os gols trabalhados, que hoje já são maioria. “Eu prefiro que saia com a bola rolando, em contra-ataque rápido, eu prefiro que cheguem em 15 segundos no gol adversário, eu prefiro que dêem dois, três toques na bola cada um”.
Gol contra
O Cruzeiro ainda teve um gol contra na temporada. Ele saiu no empate por 4 a 4 com o Ituiutaba, no primeiro jogo da semifinal do Mineiro. Amarildo tentou cortar cruzamento de Jadílson e mandou para as próprias redes.
Campeonato Mineiro:29
Gols com os pés, após jogadas trabalhadas: 19 (65,51%)
Gols de cabeça: 5 (17,24%)
Gols de pênalti: 4 (13,79%)
Gol contra: 1 (3,46%)
Gols do Cruzeiro no ano: 46
Gols com os pés, após jogadas trabalhadas: 31 (67,39%)
Gols de cabeça: 7 (15,21%)
Gols de pênalti: 7 (15,21%)
Gol contra: 1 (2,19%)
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