A tocha olímpica chegou nesta quarta-feira a Hong Kong, após uma conturbada viagem ao redor do mundo, a 100 dias do início dos Jogos de Pequim.
A chama desembarcou no aeroporto internacional da cidade, região administrativa da China, de onde iniciará um percurso que a levará a Pequim para a abertura dos Jogos no dia 8 de agosto.
A tocha deve percorrer as ruas de Hong Kong na sexta-feira. As autoridades do território anunciaram a expulsão de quatro pessoas, incluindo três militantes pró-tibetanos, em sua chegada à antiga colônia britânica.
Dois canadenses do movimento Estudantes por um Tibete Livre, Tsering Lama e Kate Woznow, e um membro da ONG Free Tibet Campaign, Matt Whitticase, foram detidos ao desembarcar em Hong Kong e enviados de volta ao Canadá e à Inglaterra. Zhang Yu, secretário-geral da associação de escritores China Pen Centre, também teve a entrada negada na cidade ao desembarcar no aeroporto, procedente da Suécia.
Em comunicado, a Anistia Internacional (AI) pede que Hong Kong proteja a liberdade de expressão durante o revezamento da tocha olímpica. A entidade expressou sua preocupação com o fato de que a ex-colônia britânica tenha recusado a entrada no território dos ativistas pró-direitos humanos sem explicar os motivos para essa postura.
A secretária permanente do Interior de Hong Kong, Carrie Yau, negou na terça-feira que as autoridades de imigração tivessem uma "lista negra" de ativistas para impedir sua entrada. O secretário de Segurança da ex-colônia, Ambrose Lee, já tinha avisado no fim de semana que não permitiria a entrada de separatistas tibetanos.
A AI também questiona se as expulsões não são uma medida para limitar as manifestações pacíficas no território. A organização fará na sexta-feira uma atividade pública com o objetivo de possibilitar que os moradores da região administrativa especial expressem suas expectativas sobre o legado dos Jogos Olímpicos para os direitos humanos.