Está em espera o projeto que pode oficializar o Pacaembu como estádio do Corinthians. Como ainda luta para construir uma arena nova com grande capacidade de público, o clube do Parque São Jorge prefere tratar o campo municipal como um "plano B".
"Continuamos trabalhando para construir o nosso estádio, queremos uma casa nova. Se, por algum motivo, algum azar, isso não der certo, o Pacaembu é um plano B. É um local aconchegante, mais central, do qual nosso torcedor gosta muito", disse o presidente Andrés Sanchez.
A prefeitura de São Paulo observa atentamente a luta do Corinthians para erguer uma arena na Marginal Tietê. Caso os planos alvinegros não dêem resultado, uma licitação para concessão do Pacaembu deve ser aberta, provavelmente com o clube da zona leste como único concorrente.
"Todos os paulistanos têm orgulho por ter o Corinthians na cidade. Seria leviano adiantar qualquer coisa, mas, o Corinthians tendo interesse, por que não? Se tivermos a oportunidade de fazer uma parceria com 'pê' maiúsculo, é claro que é possível, não podemos descartar", declarou o prefeito Gilberto Kassab.
Para ficar com o Pacaembu, o clube do Parque São Jorge teria que desembolsar cerca de R$ 200 milhões em uma nova e definitivamente reforma, além de um valor extra ainda não definido para a prefeitura. O acordo de concessão seria longo, por um período de 20 a 30 anos.
"É um desejo antigo. O Andrés disse para nós que a prioridade agora é um estádio próprio, o Pacaembu é uma espécie de plano B. Qualquer decisão da diretoria do clube será apoiada pela prefeitura, não queremos que o torcedor se decepcione de novo", disse o secretário de Esportes de São Paulo, Walter Feldmann.
Se o Estádio Paulo Machado de Carvalho é a segunda opção do Corinthians, a prefeitura não tem um plano B caso o clube consiga erguer sua arena na Marginal. O Pacaembu custa R$ 2 milhões anuais aos cofres públicos, boa parte dos quais é paga pelos aluguéis cobrados da agremiação alvinegra.
"Teremos de pensar em alternativas. Esse custo que temos por ano é absorvível, mas não é uma situação confortável. O ideal seria uma administração particular, que mantivesse as características desse patrimônio histórico e fizesse um bem para a cidade", acrescentou Feldmann.
Na noite desta quinta-feira, a prefeitura exibiu as novidades do Pacaembu, que passou por uma grande reforma nos últimos cinco meses. Para deixar o estádio em nível internacional, de acordo com o secretário de Esportes, seria necessária uma nova e definitiva reforma, só possível em uma parceria público-privada (PPP).
As mudanças acontecerão se o Corinthians resolver administrar o estádio. A licitação não seria dirigida, mas a chance de aparecer algum concorrente é mínima. "Pode concorrer o clube que quiser. O Juventus e o Nacional também não têm estádios grandes", brincou Feldmann, citando agremiações que não teriam como investir no Pacaembu.
De acordo com o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, a situação será resolvida dentro de dois meses, prazo dado ao clube para comprar o terreno que deseja na Marginal Tietê. "Daqui a 60 dias, convoco uma entrevista para o bem ou para o mal", avisou. A prefeitura espera.