Rebeca: "vou para a Olímpiada e ganharei uma medalha"
13/05/2008 - 08:35 hs
A nadadora brasileira Rebeca Gusmão (foto) afirmou que segue treinando e que está confiante em conseguir a liberação para participar das Olimpíada de Pequim. Na última sexta-feira, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) considerou-se sem jurisdição para decidir sobre a infração na qual é acusada de doping por testosterona durante a disputa do Troféu Maria Lenk de 2006.
"Em nenhum momento perdi as esperanças ou o sonho de participar desta Olimpíada. Eu vou para os Jogos e vou trazer essa medalha para o Brasil", disse em entrevista concedida nesta segunda-feira.
A Fina (Federação Internacional de Natação) ainda vai se manifestar publicamente sobre o caso. Mesmo assim, a nadadora ficou feliz com essa primeira decisão, acreditando que, com isso, está mais perto de Pequim.
Rebeca chorou ao falar sobre as denúncias de que teria feito uso desta substância, e que chamou de "turbulências" em sua vida. Ela voltou a dizer que sofre de problemas hormonais e que foi pré-julgada por autoridades e pela mídia. "A medalha seria a melhor resposta para essas pessoas", comentou.
Emocionada, afirmou: "hoje, quando caio na piscina, só consigo pensar em Pequim". A atleta ainda lembrou que conta com o apoio dos fãs e que, nas ruas, nunca foi parada para ouvir críticas. Pelo contrário, ela garante que só há palavras de elogios e agradecimentos. "Não vou deixar ninguém tirar esse sonho de mim. Eu vou para Pequim", reforçou.
Rebeca segue uma rotina diária de seis horas de treinos, preparando-se para disputar exclusivamente a prova dos 50m livres na China.
Caso a decisão da Fina não seja positiva, o advogado Breno Tannuri, que defende a atleta, afirmou que vai recorrer da decisão, já que essa ainda não é a última instância. Tannuri garante que vai tentar até o fim garantir a presença de Rebeca nas Olimpíadas.
"Até que faltem duas horas para ela entrar na piscina, ainda há tempo. Eu digo a Rebeca: nós somos maioria. Somos eu, você e Deus", afirmou.
Tannuri aproveitou a ocasião para criticar a ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana), em relação a outra acusação que Rebeca sofre. Amostras apresentadas pela atleta na época do Pan-Americano do Rio de Janeiro acusaram dois DNAs diferentes, indicando que não eram da mesma pessoa.
"Com todo o respeito que tenho pelos organizadores do Pan, eu nunca vi algo tão surreal. É algo louco. Não quero difamar nem caluniar ninguém, mas o caso do DNA do Pan é um dos maiores absurdos da historia do esporte. Na ocasião não houve painel, não houve julgamento, não houve defesa", disse.
A atleta comentou ainda que é vitima de preconceito por causa do seu biótipo; uma espécie de perseguição por causa do aumento de massa muscular. "Meu biótipo chama atenção mas as pessoas não me conhecem, não sabem do meu treinamento. Eu gosto de malhar. Chama a atenção, mas o corpo que eu consegui não foi de ontem pra hoje, foi um processo gradativo", concluiu.