O presidente da Bolívia, Evo Morales, e os dirigentes esportivos do país anunciaram nesta última terça-feira a suspensão dos processos movidos contra a Fifa pela decisão da organização de permitir, ainda que temporariamente, a prática do futebol em La Paz, a quase 3.600 metros de altitude.
Morales disse aos jornalistas que deixará de apresentar uma queixa na Organização das Nações Unidas (ONU) por discriminação. Outra mudança é a retirada da uma ação no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, em francês).
O presidente também afirmou que seguirá lutando para acabar de vez com o veto ao futebol na altitude, que afetava principalmente seu país. A Bolivia atua como mandante no estádio Hernando Siles de La Paz, situado a quase 3.600 metros acima do nível do mar.
Guido Loayza, presidente do chamado Comitê Nacional de Defesa da Altitude e dirigente do Bolívar, disse à Agência Efe que defende a retirada do requerimento no TAS, mas lembrou que os advogados que movem o processo devem ser consultados.
Loayza acha que esta é a mesma postura do presidente da federação de futebol local, Carlos Chávez, que viajou à cidade australiana de Sydney para assistir ao Congresso da Fifa.
"Estávamos impugnando uma decisão da Fifa, mas agora não vejo razão para manter o processo", afirmou. O dirigente disse ainda que esta suspensão permitirá a preparação de um livro que reunirá todos os argumentos médicos, esportivos e históricos para defender o direito dos bolivianos a jogar em La Paz.
Segundo Loayza, é possível que a decisão anunciada por Joseph Blatter, o presidente da Fifa, esteja ligada ao desempenho de equipes brasileiras e argentinas em cidades andinas. Uma delas foi o Flamengo, que goleou o Cienciano por 3 a 0 em Cuzco, no Peru.
A seleção boliviana, comandada pelo técnico Erwin Sánchez, jogará em La Paz contra Chile e Paraguai, respectivamente, pela quinta e sexta rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas à Copa do Mundo de 2010.