Já no Recife para a partida decisiva da Copa do Brasil, a diretoria do Corinthians fez duras críticas aos comandantes do Sport por não terem cumprido um acordo feito com os paulistas sobre o número de ingressos disponíveis à torcida visitante na Ilha do Retiro e temem um possível caos no segundo confronto entre as equipes.
De acordo com a cúpula alvinegra, os dirigentes da equipe pernambucana destinaram apenas 950 entradas para os torcedores paulistas, sendo que a cota correta seria de 3.200, que corresponderia a 10% da carga total, segundo os corintianos.
Diante do imprevisto, a diretoria do clube do Parque São Jorge decidiu protestar na véspera do confronto, em meio à preparação para a partida. Para o vice de futebol Mário Gobbi, o jogo na Ilha do Retiro pode se transformar em uma grande confusão devido ao elevado número de torcedores que ficarão sem ingressos.
"É obrigação do presidente do Sport (Milton Caldas Bivar) ceder a cota minimia e ele não cedeu. Por isso nós tememos muito o que pode acontecer na Ilha do Retiro e eu quero saber quem será o responsável pelo que pode acontecer com os torcedores amanhã (quarta)", reclamou Gobbi, em tom de revolta.
Na entrevista concedida no hotel que recebe a delegação corintiana em Pernambuco, o cartola não perdeu a oportunidade de criticar Bivar e transferir toda a responsabilidade de uma possível confusão à diretoria do Sport.
"A responsabilidade não é nossa. Vai ter um evento com milhares de pessoas e quem vai ser o responsável? Tudo o que acontecer amanhã nos arredores da Ilha do Retiro é responsabilidade dele. Estamos fazendo um alerta sobre o que pode acontecer. O que ele está fazendo é um desrespeito ao esporte", criticou.
Gobbi ainda lamentou não poder contar com a força máxima que vem das arquibancadas e mostrou irritação novamente com o episódio. "O Corinthians não precisa de ninguém. Nós não estamos pedindo nada a ninguém. Só queremos a nossa cota mínima que é de direito. Não é que estão indo torcedores a mais, estão indo torcedores a menos", reclamou.
Embora em um tom mais calmo que Gobbi, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, também mostrou a sua insatisfação e pediu calma aos torcedores do clube que estarão na cidade para acompanhar a decisão. Segundo o mandatário, cerca de 2.100 fanáticos viajarão à capital pernambucana para a partida, em caravanas que sairão de ônibus ou avião.
"Peço corintiano que tenha calma e paciência, que a nossa vida vale mais do que qualquer final de campeonato. Infelizmente é isso o que eu peço", disse Sanchez, que chamou a diretoria pernambucana de "mentirosa" e promete levar o caso à Justiça Desportiva, amparado no Estatuto do Torcedor.
"Eles não cumpriram o que foi combinado na minha sala, em reunião. O mínimo garantido que eles tinham que dar, não nos deram. Quem veio três dias viajando ou pagou uma nota de avião tinha o seu ingresso garantido. Vamos brigar criminalmennte e judicialmente", disse.
Mais comedido que Gobbi no tom das declarações, o presidente corintiano também afirmou que alguns dos diretores e conselheiros do clube alvinegro acabaram ficando sem ingressos para acompanhar a decisão no estádio pernambucano. Porém, mesmo com a mudança nos números de bilhetes aos visitantes, Andrés descartou a idéia de não mandar a equipe à campo na noite desta quarta-feira.
