Eles estava mortos. Mas renasceram e, como sempre, agora viraram sérios candidatos para conquistar a Eurocopa. Em uma reedição da final da Copa do Mundo de 2006, a Itália bateu a França 2 a 0, em Zurique, e contou com um tropeço da Romênia diante da equipe reserva da Holanda para se classificar às quartas-de-final da competição continental.
Atuais campeões mundiais - venceram os próprios franceses, nos pênaltis, na decisão na Alemanha -, os italianos agora vão enfrentar a Espanha, domingo, em Viena, pelas quartas-de-final da Euro. Os espanhóis, aliás, não passam das quartas-de-final de um torneio grande desde que perderam a final continental em 1984.
Apesar de ter jogado melhor, a Itália só conseguiu marcar os gols da vitória em lances de bola parada e contou com uma incrível ineficiência de seu principal atacante, Luca Toni. Andrea Pirlo, de pênalti, e Daniele De Rossi, de falta, foram os heróis da seleção. Por sua vez, a França, com uma geração de jogadores que já poderia ter se aposentado após a Euro-2004 ou a Copa-2006, deve sofrer reformulações, a começar pelo técnico Raymond Domenech.
No jogo desta terça, o primeiro lance de perigo dos italianos veio logo aos 4min, com Luca Toni. O atacante recebeu sozinho e, de frente para o gol, chutou à esquerda de Coupet.
Tês minutos depois, a França sofreu um golpe fatal. Na tentativa de roubar a bola de Zambrotta, o atacante Ribery machucou a perna esquerda e teve de ser substituído pelo jovem Nasri.
A partir deste momento, a França ficou atordoada em campo. Com boas partidas de todos os meio-campistas (Perrotta, Gattuso, Pirlo e, principalmente, De Rossi), a Itália passou a controlar a bola e o jogo. Aos 23min, veio o gol. Abidal fez pênalti em Toni e, como era uma situação clara de gol, foi expulso. Pirlo converteu a cobrança e abriu o placar. Nasri, que havia entrado no lugar de Ribery, foi o sacrificado e deixou o campo para a entrada do zagueiro Boumsong.
A Itália dominava completamente a partida e teve três chances de ouro para ampliar, todas com Luca Toni. Aos 28min, após cruzamento de Cassano; aos 29min, tocando para fora; e aos 30min, de novo livre, chutando para fora. A França só reapareceu no jogo aos 34min, quando Henry recebeu bom passe, invadiu a área pela direita e chutou cruzado, com perigo.
No final do primeiro tempo, o clima esquentou. Após cobrança de falta de Grosso na trave, Perrotta tentou marcar no rebote e ficou caído na área, reclamando pênalti. A França não jogou a bola para fora para que ele fosse atendido e, na sequência do lance, após entrada duríssima, Pirlo recebeu amarelo.
No segundo tempo, mesmo com dez, a França voltou melhor e passou a atacar com mais perigo. Nas arquibancadas, no entanto, os italianos cantavam tranqüilamente. Principalmente depois que o placar eletrônico anunciou o gol da Holanda contra a Romênia - o confronto em Berna terminou com o placar de 2 a 0 para o time laranja.
Aos 17min, veio o golpe de misericórdia. De Rossi cobrou falta de muito longe. Henry, na barreira, desviou a bola e enganou o goleiro Coupet, que ficou vendido no lance: 2 a 0.
Ainda faltavam mais de 15 minutos para o final do jogo quando os italianos começaram a cantar, em bom francês: "adieu, Les Bleus" (adeus, Azuis) e "a la maison" (para casa). Quando, aos 29min, Benzema acertou lindo chute e o goleiro Buffon fez outro milagre, os franceses entenderam que era mesmo um "adeus" e que, agora, só resta voltar para casa.
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