O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que o maior obstáculo para a cidade do Rio de Janeiro vencer a eleição do Comitê Olímpico Internacional (COI) para receber os Jogos de 2016 está na disputa política envolvendo as candidatas e prevê um complicado embate nos próximos anos para superar a concorrência de Chicago (EUA), Madri (Espanha) e Tóquio (Japão).
Para Lula, a falta de proporcionalidade entre os países com direito de voto é o maior desafio da candidatura brasileira. Em evento realizado nesta segunda-feira no Palácio da Guanabara, o presidente afirmou que contará com as ajudas do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, e do presidente do Comitê Olímpico, Carlos Arthur Nuzman, para convencer chefes de Estado e autoridades para votarem a favor do Brasil.
Na sede do governo fluminense, Lula explicou que a eleição dos Jogos Olímpicos conta com 115 votos. Porém, países como a Suíça têm quatro eleitores, enquanto toda a América do Sul possui o mesmo número. Para vencer a disputa, o presidente conta com a ajuda de outros políticos.
"Se nós estivéssemos em uma situação em que cada país tivesse um voto, aí a aritmética valeria muito para nós. Se juntássemos a América do Sul, a América Latina, Caribe, África e Ásia, nós seríamos infinitamente um número bem maior do que a União Européia, Estados Unidos e Japão", disse.
No entanto, o presidente acrescentou que a missão de convencer chefes de Estado será bastante trabalhosa. "Acabou aquele tempo em que a gente dizia 'nós somos pobrezinhos, nós temos favelas, temos crianças de rua'. Isso mobiliza ONG, não mobiliza decisão de Estado", disse.
Nesta segunda-feira, Lula assinou um decreto que cria Comitê de Gestão das ações governamentais para a candidatura do Rio de Janeiro e encaminhou mensagem presidencial ao Congresso Nacional como um projeto de lei que libera crédito de R$ 85 milhões para o Ministério do Esporte dar suporte às atividades referentes à candidatura.
O Rio de Janeiro foi escolhido entre os finalistas no último dia 4 de junho, em cerimônia do COI, realizada em Atenas, na Grécia. Além de Lula, Sérgio Cabral e Nuzman, estiveram presentes no Palácio da Guanabara o ministro dos Esportes, Orlando Silva, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, além de atletas paraolímpicos e olímpicos e grandes nomes do esporte brasileiro, como Oscar, Fernanda Venturini e Tande.
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