Cheguei a escrever uma coluna para ser publicada nesse espaço falando o quanto está caro o futebol profissional nos dias atuais para os clubes do interior. Analisando as mudanças que estão acontecendo a nível nacional, com a CBF se importando apenas com aproximadamente 100 clubes que vão disputar as competições por ela patrocinadas. com o Governo Federal criando a Timemania para ajudar apenas 100 clubes pagar suas contas e com as federações estaduais, em especial a nossa Federação Mineira de Futebol, se preocupando apenas em buscar o pobre dinheirinho dos clubes para bancar a boa vida de seus dirigentes e protegidos, cheguei a preconizar que estamos perto do “Apocalipse” do futebol profissional no interior. Deletei tudo. Resolvi ser otimista em relação ao futuro do nosso futebol.
Apesar de saber que o Uberaba Sport Club, mesmo com um time bem baratinho e que vem surpreendendo positivamente, só tem acumulado prejuízos financeiros nesta Taça Minas Gerais, ainda quero ser otimista. Vou acreditar que o time, apesar de todas as dificuldades, irá vencer o Verdão esta manhã no Parque do Sabiá e no jogo do próximo domingo contra o América teremos pelo menos 2.000 torcedores no Uberabão. Não para dar um grande lucro capaz de pagar o salário de meia dúzia de jogadores, mas pelo menos para pagar todas as taxas e despesas cobradas pela Federação Mineira de Futebol sem o clube piorar a sua situação financeira.
Isto porque domingo passado contra o Vila Nova, com uma renda de 5.000 reais o Clube uberabense teve que arrumar mais de 3.000 reais para fechar as despesas do jogo. É isto mesmo: jogo com menos de 2.000 pagantes é prejuízo certo. Para o clube é claro. Para a FMF toda partida dá lucro.
Mas acredito. Tenho que acreditar, afinal os “meninos colorados” depois da exibição de domingo, a pior da atual competição, ainda estão brigando pela vaga e podem surpreender o ”Verdão” esta manhã. Raça e vontade não irão faltar e se o passe e a pontaria melhorar a classificação para a semifinal da Taça Minas Gerais pode acontecer até com antecipação e lá no campo do tradicional adversário. Quem diria que este time chegaria tão longe. Ele está disputando uma vaga exatamente com o Uberlândia que além de manter o time que subiu para a Primeira Divisão ganhou outro completo do Atlético Mineiro. Inclusive com Comissão Técnica completa.
A VOLTA DO NAÇA
O Naca é raça. A velha frase está de volta. O alvinegro, que como a fênix sempre é capaz de renascer das cinzas, está vivo e de volta. Não importa a competição ele vai para a disputa com o mesmo entusiasmo. Os tempos atuais são difíceis, mas com os pés no chão o Nacional pode surpreender. Sem fazer loucuras, com um time todo formado por jogadores que disputaram o Campeonato Amador as possibilidades podem ser boas. Vamos acreditar.
A estréia nesse último domingo contra a Santaritense, no Uberabão, mostrou a força alvinegra. O time tem jogadores de qualidade e que gostam da camisa que vestem e isto pode fazer a diferença. O comando técnico terá novamente o trabalho do Lúcio e a sorte do Carlos Abocater. Já deu certo em outras oportunidades. O torcedor precisa fazer a sua parte e apoiar.
TUNEL DO TEMPO Em 1970 Uberaba e Uberlândia jogaram pelo Campeonato Mineiro e empataram em 0 a 0 no Estádio Boulanger Pucci. O árbitro foi Juan de La Pasion e na oportunidade as duas equipes usaram estas formações: UBERABA: Carlos, Quincas, Marsenal, Jarbas Curi e Batista. Fabinho e Valtinho. Renê Pinto, Cunha, Pratinha e Silva. UBERLÂNDIA: Renato, Paulo, Vitor, Neriberto e Gilson. Alemão e Hamilton. Quinzito, Fazendeiro, Ulisses e Reis.
No mesmo dia o Nacional foi a Araguari e perdeu de 5 a 1 para o Fluminense. O árbitro, vejam só, foi José Assis Aragão. Cecílo (2), Esquelete (2) e Reinaldo marcaram os gols dos araguarinos e Adão fez o de honra do alvinegro. FLUMINENSE: Armando, Coréia, Lino, Dema e Arlindo. Lúcio (Da Silva) e Ari (Osair); Cecílio, Reinaldo, Esquelete e Lucas. NACIONAL: Valdir Bim, Aníbal, Carivan (Ziza), Reinaldo e Nacif: Carlinhos e Magno: Toinzinho, Adão, Tinoco (Mário) e Tapuia.
CURIOSIDADE DO FUTEBOL
DE NORTE A SUL Em Macapá, capital do Amapá, tem um estádio chamado ZERÃO. A linha que divide o campo fica em cima da linha do Equador e um gol fica no hemisfério sul e o outro no hemisfério norte.
SE A MODA PEGA Na fase preparatória para a Copa do Mundo de 66 na Inglaterra, o técnico Vicente Feola convocou 46 jogadores. Quatro times completos, mais dois goleiros. Entre os convocados estavam: Djalma Santos, que se despediu da seleção naquele mundial e Garrincha, que poucos sabem na época era jogador do Corinthians.