 O Atlético (foto) ainda não contratou substituto para Marcelo Oliveira, comunicado, terça-feira, que não continuará como técnico da equipe em 2009, mas já começa a se mexer para reformular o grupo. O presidente Alexandre Kalil, que ontem se encontrou com Bebeto de Freitas, no Rio, já anunciou que a intenção é formar um time forte, buscando reforços de peso. Porém, reconhece que isso só será possível se o clube conseguir um parceiro com recursos financeiros disponíveis.
O trabalho de renovação até que poderá ser facilitado pelo fim de contratos de 14 atletas neste mês, sendo que quatro – o zagueiro Nen, o volante Élton e os atacantes Marques e Castillo – terminaram o ano como titulares. Outros, como o volante Francis, o armador Petkovic e o zagueiro Vinícius, ganhavam chance sempre que algum desfalque ocorria.
Pelas palavras do presidente, não há planos de renovação para praticamente nenhum deles. Assim, terá de correr atrás de atletas para praticamente todos os setores. É urgente, por exemplo, a contratação de atletas que atuem como primeiro volante, função para a qual iniciará o ano contando apenas com Rafael Miranda. Serginho, que seria outra opção, passou por cirurgia no joelho direito e a previsão é de que só retorne aos gramados em julho. Por isso, Nen vinha sendo improvisado nas últimas partidas do Brasileiro.
A situação fica ainda mais delicada se for levado em conta que Rafael Miranda vem de quase dois meses de inatividade. Ele sofreu estiramento no músculo adutor da coxa direita em 18 de outubro, véspera do clássico com o Cruzeiro, e só agora os médicos constataram que a lesão está totalmente cicatrizada, liberando-o para as férias. Ou seja, quando se reapresentar, em 5 de janeiro, estará há 78 dias sem se exercitar coletivamente.
Na lateral esquerda também há carência, que ficou clara neste semestre, quando o setor foi ocupado por um lateral-direito, César Prates, e até por um atacante, Raphael Aguiar. Até o júnior Luís Gustavo foi escalado. Para 2009, Thiago Feltri, sempre criticado por parte da torcida, volta do empréstimo ao Goiás, onde também não se firmou.
Na armação há outro problema crônico. Renan Oliveira, de apenas 18 anos, encheu de esperança os torcedores com suas boas atuações, mas, terça-feira, se apresentou à Seleção Brasileira Sub-20, a qual defenderá no Campeonato Sul-Americano, na Venezuela, só voltando ao clube em fevereiro. Como não teve férias, ele poderá ganhar alguns dias para descansar, sendo reintegrado ao grupo em março, com o Campeonato Mineiro e a Copa do Brasil já em andamento.
Para suprir a ausência da revelação, o próximo treinador alvinegro tem à disposição, no momento, apenas outros dois jovens: Tchô, de 21 anos e que ainda luta para se firmar, e Yuri, de 19, que passou a treinar com os profissionais este ano. Assim, a chegada de um armador experiente vira prioridade.
O ataque é outro setor que necessita de mais experiência, principalmente se Marques, de 35 anos, não renovar o contrato. Afinal, hoje, o clube tem apenas Pedro Paulo, de 23 anos, e Jael e Raphael Aguiar, ambos três anos mais novos, além de contar com a volta de Éder Luís, de 23, outro que retorna de empréstimo, só que do campeão brasileiro, São Paulo.
Bem servido
Por outro lado, há posições em que o Atlético poderá buscar reforços, mas eles não são tão urgentes. É o caso do gol, no qual Édson terminou o ano relativamente bem e que conta também com Juninho, se recuperando de problema nas costas. O clube ainda tem Bruno, de 20 anos e apontado como uma grande promessa das categorias de base.
Para a lateral direita, conta com Sheslon e César Prates, que podem não ser o sonho de consumo da torcida, mas dão conta do recado, ao menos no começo de temporada. Já na zaga, Welton Felipe e Leandro Almeida terminaram o ano em segura parceria. Além disso, o experiente Marcos é quase um reserva de luxo.
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