A torcida do América tem fama de exigente (foto). Deixou o Independência, quarta-feira à noite, feliz com a vitória por 1 a 0 sobre o Uberlândia, pela segunda rodada do Campeonato Mineiro e a liderança provisória, com 4 pontos – empatou por 0 a 0 com o Atlético na estreia, no Mineirão –, mas preocupada com o sufoco tomado apesar de o time do Triângulo ter jogado com um a menos durante quase todo o segundo tempo. Aplaudiu o zagueiro Micão, que teve duas das boas chances de gols criadas pelo Coelho no jogo – Chico Mineiro perdeu cara a cara com o goleiro – e, para não fugir à regra, pegou no pé de um jogador, o lateral-direito Evanílson, que isolou a bola pelo menos duas vezes, na tentativa de cruzar, e alternou bons e maus momentos.
Antes de enfrentar o Uberlândia, o lateral de 33 anos, que vestiu a camisa da Seleção Brasileira 34 vezes e foi campeão da Copa América em 1999, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, admitiu a emoção ao retornar ao Estádio do Horto. “Não jogo aqui oficialmente há mais de 10 anos, desde que deixei o Coelho, em 1999”, relembra o atacante. “Em 2004 participei de um jogo beneficente que arrecadou fundos para a família do Claudinei (ex-volante do América, assassinado em uma briga de bar em Contagem), mas não foi a mesma coisa.”
O Estádio do Horto marca um dos momentos mais especiais da carreira do jogador. “A conquista da Série B em 1997 foi inesquecível. Tinha gente sentada nos muros, no alto das árvores, e fomos campeões aqui dentro, com a nossa torcida. Eu não joguei aquela partida contra o Vila Nova-GO, tinha 17 anos e tinha acabado de ser campeão da Copa São Paulo de Juniores (1996). O titular era o Estevam, mas sempre entrava no segundo tempo”, conta Evanílson.
Antes da estreia contra o Atlético, domingo, Evanílson não fazia uma partida oficial desde março do ano passado, quando passou por uma cirurgia no joelho direito e rescindiu o contrato com o Vitória. Desde então, ele não defendeu nenhum outro time e admite a falta de ritmo. “Contra o Atlético a falta de entrosamento foi o que mais pesou. Na pré-temporada (em Capitólio, no início do mês), praticamente não treinamos cruzamentos. Foram mais treinos físicos e amistosos. Contra o Uberlândia senti um pouco de dificuldade de encaixar o cruzamento e cometi alguns erros, em um deles a bola quicou no montinho do campo e me atrapalhou. Mas também estava um pouco afoito, chutando de primeira. Depois que comecei a dominar a bola ficou mais tranquilo”, explica o lateral.
O América abriu a segunda rodada do Mineiro na quarta-feira e por isso folga neste fim de semana. Mas não terá descanso. O técnico Flávio Lopes vai comandar treinos nas manhãs de hoje e amanhã, no CT Lanna Drumond, pensando no próximo adversário, o Rio Branco, quarta-feira, às 11h, no Independência.
Renovação Garantida A diretoria do Coelho anunciou ontem a renovação do contrato do volante Dudu, de 26 anos, até o fim de 2011 – anteriormente, o compromisso entre clube e jogador iria até 12 de janeiro de 2010. Carlos Eduardo Passos Faria chegou ao América em 2007, vestiu a camisa alviverde 43 vezes e marcou quatro gols.