Entre 'exibição' e 'decisão', Brasil e Itália jogam para acabar com igualdade
10/02/2009 - 09:00 hs
Um amistoso decisivo, sem pinta de "exibição ou circo". O maior clássico do mundo, mas que não vale título e "não é jogo de Copa do Mundo". Duas visões distintas que convivem em um mesmo jogo: o confronto entre Brasil e Itália nesta terça-feira, no Emirates Stadium em Londres, às 17h45m (de Brasília). Duas visões expressas pelos dois comandantes das equipes que reúnem o maior número de títulos mundiais e estão rigorosamente empatadas em números no retrospecto do confronto entre elas.
A partida, que terá transmissão ao vivo da Rede Globo e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM, será um tira-teima. Em 12 jogos entre os dois países, foram cinco vitórias e 19 gols para cada time, com dois empates que aconteceram justamente nos dois últimos confrontos - um 3 a 3 no Torneio da França em 1997 e o 0 a 0 na final da Copa do Mundo de 1994, decidida nos pênaltis a favor do Brasil.
A última vez que uma das seleções saiu vitoriosa no confronto direto foi quando os brasileiros derrotaram a Itália em solo italiano, por 1 a 0, em um amistoso em Bolonha, em 1989. Portanto, é uma igualdade que já dura quase 20 anos.
Para Dunga, técnico da seleção dona do maior número de títulos mundiais, com cinco ao todo, esse passado não é suficiente para elevar a partida a um status de confronto decisivo, já que não há troféus nem pontuação em jogo, muito menos o risco de ser eliminado.
- Tudo isso representa bastante, mas conta até um certo limite. A pressão vai haver sempre quando se joga contra uma grande seleção. Num jogo que vale alguma coisa, o emocional do jogador muda completamente. Mas é um amistoso. Não é como um jogo de Copa, eliminatório, em que, se você perder, volta para casa de cabeça baixa - avaliou o treinador, que estava nos três últimos jogos contra a Itália.
Já Marcelo Lippi, técnico que levou a Itália a seu quarto título mundial na última Copa, na Alemanha, em 2006, discordou do brasileiro:
- Será minha primeira vez contra um time brasileiro, seja seleção ou clube. Será um grande dia, é o maior clássico do mundo. Não é uma exibição. Um circo é uma exibição. Nós vamos jogar diante de sessenta mil pessoas. É um verdadeiro jogo de futebol.
Com o brasileiro Luiz Felipe Scolari - o último treinador a vencer uma Copa do Mundo antes de Lippi, em 2002, na Coréia do Sul e no Japão com o Brasil - agora fora do time inglês Chelsea e em breve procurando um novo emprego, talvez Dunga devesse encarar a partida desta terça um pouco mais como seu correspondente no outro banco de reservas.
Do lado do Brasil, a principal ausência é Kaká. Cortado por contusão, o craque do Milan desfalca a seleção brasileira e Dunga faz mistério, sem revelar seu substituto. Elano é o favorito, mas Júlio Baptista corre por fora.
Uma outra ausência chama a atenção: Amauri. Destaque do Juventus na temporada, o atacante chegou a ser chamado por Dunga para substituir o machucado Luis Fabiano. Mas a Velha Senhora não o liberou, já que a convocação veio fora do prazo de 15 dias estipulado pela Fifa.
Fora da seleção brasileira, Amauri volta a ter chances de defender a Itália um dia, como sonha boa parte da torcida da Azzurra. O jogador está perto de receber a cidadania italiana, e Lippi já avisou que pretende convocá-lo um dia. Sem Amauri, o treinador vai de Luca Toni como centroavante e ainda tem dúvida entre De Natale e Rossi para formar o ataque.