 O Cruzeiro vive, mais uma vez, o drama de uma lesão no joelho de um de seus jogadores. Dessa vez, a vítima é o lateral-esquerdo Fernandinho (foto), que numa disputa de bola, no empate por 0 a 0 com o Tupi, domingo, sofreu uma contusão no joelho esquerdo. Pode ter sido dos meniscos ou dos ligamentos cruzado anterior, posterior, lateral, colateral ou medial. O diagnóstico definitivo ainda não é possível porque o local está muito inchado, mas os médicos acreditam que até amanhã terão uma posição definitiva.
O temor é de que seja o ligamento cruzado anterior, que tira o jogador por mais de seis meses do futebol. Caso se confirme, será o 17º caso a partir de 2000 apenas no Cruzeiro. Essa reincidência, segundo os ortopedistas, pode ser por vários fatores, como chuteira, condição do gramado, excesso de treinamentos e fadiga muscular. O futebol está mais competitivo e vigoroso. Os solados das chuteiras não têm mais uma série de pinos. São travas achatadas, dispostas de maneira longitudinal. Elas prendem o pé do jogador na grama em determinadas circunstâncias, o que facilita a ocorrência de entorses.
A maioria dos jogadores atingidos no joelho usava as chuteiras conhecidas como dente de tubarão. No ano passado, a vítima do Cruzeiro foi Kerlon, mas Fernandinho também enfrentou o estresse da tíbia que o tirou por longo período dos gramados. Em 2007, foi ainda pior, marcado por rupturas em ligamentos. O zagueiro Thiago Heleno teve lesão no colateral medial do joelho esquerdo, contra o Tupi, pela semifinal do Campeonato Mineiro. Depois, no clássico com o Atlético, o goleiro Fábio rompeu o ligamento cruzado posterior do joelho esquerdo. O atacante Rômulo foi outra vítima: lesão no colateral medial do joelho esquerdo. Por fim, Thiago Martinelli teve problemas no ligamento colateral do joelho esquerdo.
A partir de Garrincha, em 1964, vários jogadores brasileiros enfrentaram o drama das contusões no joelho, sendo obrigado a fazer cirurgias, e deram a volta por cima. Os casos mais recentes são de Alex Silva, Pedrinho, Edmílson, Dagoberto, Nilmar, Luizão, Cicinho, Amoroso e Ricardo Oliveira. A maior vitima talvez tenha sido o lateral Maurinho. Depois da contusão, em 2004, não jogou mais do que 30 jogos. Aplica-se o mesmo a Sandro, que teve outros problemas. Maurinho está sem clube. Sandro, que foi liberado pelo Cruzeiro, joga no ABC de Natal.
Vaga a ser preenchida
A contusão de Fernandinho é mais uma dor de cabeça para o técnico Adílson Batista, porque Sorín, que seria o ocupante eventual da posição, ainda não está em plena forma física. Precisa de mais jogos para entrar no ritmo. Outra opção é Diego Renan, que atuou alguns minutos contra o Tupi. Ele joga nas duas laterais. O técnico gosta muito de seu estilo. Se optar por improvisações, Gérson Magrão é o principal indicado. Atuou nesta posição na goleada por 5 a 0 sobre o Guarani, no Mineirão, mas Henrique e Marquinhos Paraná também já foram escalados na esquerda.
Começa hoje à tarde a preparação, visando ao clássico de domingo, às 16h, no Mineirão, com o América, sem o atacante Kléber. Os exames indicaram que ele teve uma fratura no nariz diante do Tupi. Hoje, vai a um especialista para fazer cirurgia. Os médicos do Cruzeiro não arriscam dizer se ele poderá ser utilizado no domingo. A cirurgia, porém, não vai impedi-lo de seguir fazendo as atividades físicas, em busca da melhor forma. Hoje, Kléber será julgado pela Confederação Sul-Americana, pela expulsão contra o Estudiantes, da Argentina, pela Libertadores, na estreia no Cruzeiro. Sua punição será no máximo de dois jogos, com um cumprido (empate por 1 a 1 com o Deportivo Quito), ficando ausente da partida contra o Universitário, de Sucre, na quarta-feira (dia 18), às 21h45, no Mineirão. Na outra terça-feira, ele também estará na pauta de julgamentos pelo cartão vermelho que levou na vitória por 1 a 0 sobre o time boliviano, em Sucre.
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