O Democrata-GV pagou o pato. Veio disposto a encarar o Cruzeiro (foto), porque sabia da força do rival em casa, mas também da obrigação do adversário de vencer, depois de três empates no Mineiro e com uma equipe mista, usando apenas cinco titulares, no encerramento da primeira fase do Estadual. Levou de 7 a 0 no Mineirão e poderia ter perdido até de mais, diante da superioridade do time celeste, que completou 17 jogos invicto na temporada, o terceiro melhor início de sua história.
O Cruzeiro terminou a primeira fase com a segunda colocação. Vai enfrentar o Tupi nas quartas-de-final, fazendo a primeira partida em casa. Pelo regulamento, poderia jogar em Juiz de Fora, mas não vê nenhum problema, também pelo fato de o Mineirão estar ocupado no próximo fim de semana, com um evento de axé.
Foi uma noite em que deu quase tudo certo. Quem não foi ao estádio perdeu, porque a equipe de Adílson Batista atropelou, mesmo sem o goleiro Fábio, o armador Wagner, o lateral Sorín, Marquinhos Paraná (entrou no fim da partida) e o atacante Wellington Paulista.
O interessante é que já no primeiro ataque o Cruzeiro mostrou que as dificuldades diante do Tupi, América e Rio Branco eram coisa do passado. Com facilidade chegava ao gol de Morandi. Mesmo com o Democrata atrás, limitando-se a ter apenas um jogador na frente. Outra preocupação do time do Vale do Rio Doce foi fazer uma marcação cerrada em Kléber, Ramires (que terá 30% de seus direitos negociados com o empresário Giulianno Bertolucci) e Soares, esquecendo-se de que o Cruzeiro tinha Bernardo, desejando mostrar sua competência.
PORTEIRA
E Bernardo foi o dono da noite. Praticamente todos os grandes lances passaram por seus pés. Logo no primeiro gol, tocou para Gérson Magrão na esquerda. O armador, improvisado na lateral, chutou forte, meio sem ângulo. A bola entrou à direita de Morandi. Com a porteira aberta, o torcedor sabia que outros gols iriam sair. No segundo gol, Bernardo foi derrubado por Geison dentro da área. Pênalti que Kléber cobrou firme. Ainda no primeiro tempo, veio o terceiro: houve um bate-rebate, com Kléber chutando e o goleiro defendendo. Na sobra, Ramires marou sem dificuldades.
No segundo tempo, o Cruzeiro manteve o ritmo. Queria marcar mais gols, depois de ter feito apenas um nos últimos três jogos. No quarto, Bernardo caiu pela esquerda, passou para Soares e este cruzou para a conclusão de Kléber. No quinto, Jancarlos desceu pela direita e cruzou na cabeça de Kléber, que testou. Pouco depois, Bernardo foi derrubado pela esquerda, dentro da área, por Rodrigo. Ele mesmo cobrou o pênalti. No sétimo, Bernardo cobrou escanteio pela direita e Wanderley, livre, subiu e testou, com segurança. A torcida gostou. Aplaudiu. A decepção foi apenas pelo gol do Atlético, nos instantes finais, que impediu a retomada da liderança.
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